Muitas vezes, olhamos para figuras históricas e bíblicas com um olhar de julgamento, sem perceber que as motivações que as levaram ao erro são as mesmas que correm em nossas veias hoje. Um exemplo marcante é o de Pôncio Pilatos. Ao contrário do que muitos pensam, sua maior falha não foi apenas a covardia, mas o desejo desenfreado de satisfazer a multidão para preservar sua própria posição.
O Desejo de Popularidade e a Autopreservação
A Bíblia relata um momento decisivo em que a justiça foi deixada de lado em favor da aprovação pública:
"Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás; e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado." (Marcos 15:15)
Pilatos sabia que não havia provas contra Jesus. Ele tinha o poder de absolvê-lo, mas o medo de perder seu cargo e o desejo de apaziguar o povo falaram mais alto. Essa característica de querer ser bem visto e popular é uma das inclinações mais básicas e perigosas do ser humano.
De Babel às Redes Sociais: A Busca pela Glória Própria
Desde a construção da Torre de Babel, a humanidade tenta "fazer um nome para si". O desejo de ser reconhecido, admirado e exaltado não mudou ao longo dos milênios. Seja nas arenas do Coliseu, nos grandes estádios de futebol ou nas curtidas e seguidores das redes sociais, a essência é a mesma: o ego humano clama por uma plateia e por glória.
Essa busca por aprovação não acontece apenas em grandes escalas. Ela se manifesta no dia a dia, quando tentamos ser o "popular" do grupo de amigos ou quando focamos em certas qualidades apenas para sermos bajulados. O perigo é que, na tentativa de satisfazer a "multidão" ao nosso redor, acabamos sacrificando nossos princípios e praticando injustiças, assim como Pilatos fez.
O Antídoto para a Vaidade
Para não cairmos no mesmo erro, precisamos reconhecer que existe um ego dentro de nós que busca atenção constante. O remédio espiritual para essa tendência foi ensinado por João Batista, que, embora fosse um grande profeta, sabia exatamente a quem pertencia a glória:
Reconhecimento: Entenda que seu ego é uma ameaça constante que quer reconhecimento e tapinhas nas costas.
Diminuir para Crescer: Adote a postura de João Batista, que dizia: "Importa que ele cresça e eu diminua" (João 3:30).
Foco na Direção Certa: Em vez de apontar para suas próprias qualidades, aponte para o que é eterno e verdadeiro.
A glória humana é fútil e passageira. Aqueles que buscam satisfazer o mundo acabam perdendo a si mesmos. A verdadeira segurança e paz estão em viver para agradar a Deus, e não às multidões.
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