Vaidade, Vazio e o Sucesso que Destrói: Por que Fazer a Sua Vontade te Leva à Derrota (A Lição de Eclesiastes 2)



A vida nos apresenta uma questão fundamental, que, por vezes, nos assombra no silêncio dos nossos dias: "Para Mim ou Para Deus?"

Na busca incessante por satisfação e realização pessoal, é comum nos depararmos com uma grande e dolorosa contradição: quanto mais fazemos a nossa própria vontade, mais colhemos aquilo que não queremos.

Se você já se sentiu vazio após alcançar um grande objetivo ou se viveu a amargura de um sucesso que não trouxe a paz desejada, você está prestes a entender o porquê, a partir da sabedoria milenar de Eclesiastes.

A Confissão do Rei Salomão: A Vaidade de "Fiz Para Mim"

O homem mais rico e sábio que já pisou em Jerusalém, o Rei Salomão, chegou à conclusão de que a busca pela felicidade centrada no eu é infrutífera. Ele buscou a realização em todas as áreas da vida, sempre com a motivação central: "Fiz para mim."

Em Eclesiastes 2, ele relata a grandiosidade de suas conquistas, detalhando a construção de impérios e a aquisição de tudo o que desejava:

“⁴ Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. ⁵ Fiz para mim hortas e jardins... ⁷ Adquiri servos e servas... ⁸ Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros... ⁹ E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém...” (Eclesiastes 2:4-9)

Ele não negou nada aos seus olhos. Seu coração se alegrou por um tempo. No entanto, o seu veredito final é um alerta universal sobre a condição humana:

“¹¹ E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.” (Eclesiastes 2:11)

O Paradoxo da Vontade Própria

Por que a nossa felicidade se esvai quando fazemos tudo o que queremos?

Porque a nossa vontade não é nossa amiga. É um paradoxo, mas a busca por uma liberdade sem limites nos transforma em escravos:

  • Se você se recusa a perdoar para querer o mal de quem te feriu, é você quem fica mal e amargurado.

  • Se você não trabalha porque só quer se divertir, logo virá a pobreza, que não é nada divertida.

  • Se você não obedece a Deus porque quer sua 'liberdade', você se torna um escravo de suas más escolhas e vontades.

Essa contradição ocorre porque a nossa vontade foi infetada pelo pecado. Deus alertou a Caim: "...o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar." (Gênesis 4:7).

A vontade humana, quando não dominada, atrai e engoda pela própria concupiscência (desejo desenfreado), e o resultado final é fatal: "Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte." (Tiago 1:14-15).

A Única Cura: Renda-se a Quem Sabe o que é Bom

A única maneira de escapar desta lei universal e encontrar a vida de verdade é pela rendição total.

Nós podemos sacrificar bens e dinheiro, mas a verdadeira entrega é sacrificar a nossa própria alma, o nosso desejo e a nossa vontade.

Jesus nos deixou o maior exemplo de rendição no Jardim do Getsêmani, quando orou: "Não seja como Eu quero, mas como Tu queres."

Se você quer ter vida plena, pare de fazer o que a sua carne quer e comece a fazer o que a Palavra de Deus ordena. Que os seus desejos, planos e vontades permaneçam sempre no Altar, confiando que a vontade de Deus para você é sempre:

"Boa, perfeita e agradável."

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